O Candomblé para mim deixou de ser apenas uma religião para se tornar um estilo de vida.

"Huntó Douglas D' Odé"

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Série "Logún - Apeja Odò Ijesà" - Parte 02 - Sincretismo

Logún - Doté Flávio D' Logún (Loci)
Cor: Azul com dourado;

Dia da semana: Quinta-feira (No primeiro semestre). Sábado (No segundo semestre);

Partes do corpo: Face;

Metal: Ouro e prata;
Logún - Doté Cristiano


Símbolo: Ofá (Arco e Flecha), Abèbè(Espelho);

Saudação: Olual ô, Loci Loci Akofá;

Kizilas: Cor vermelha;


Bichos: Coelho, faisão, pavão, cavalo-marinho, peixes, aves aquáticas;


Logún - Fomotunho D' Logún(Locinho)
Folhas: Akokò, Colônia, Òsíbàtá, Òjúorò, Orin-rin, Manjericão, dentre outras.


Natureza: Florestas e cachoeiras;



Pedras: Turqueza, esmeralda, diamante e rubi;

Elemento: Água e Terra;



Oferenda: Asòsò, Omolokun, Ipeté, Peixe e Papa de côcô;


Datas comemorativas: Dia 12 de outubro.

Por: Huntó Douglas D' Odé

Série "Logún - Apeja Odò Ijesà" - Parte 01 - Logún


Logún é o Òrísà da riqueza e da fartura, filho de Ìyápondá e Èrínlè, deus da caça e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos Òrísàs do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.Caçador habilidoso e príncipe das águas, Logún reúne os domínios de Òsòòssí e Òsún, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.

Apesar da sua história, é preciso esclarecer que Logún  não muda de sexo a cada seis meses, ele é um Òrísà do sexo masculino. A sua dualidade dá-se a nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Òsún, e em outras, sério e solitário como Òsòòssí. Logún é um Òrísà de contradições; nele os opostos alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. Na Nigéria, a cidade de Logún chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas da África, mas o seu culto na região está em via de extinção.
  
Na África negra, dizem que Logún seria na verdade Ólògún Ode = O guerreiro Caçador. Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos àwon Òrísà no Brasil e na África. O Candomblé é um resumo de toda a África mística. Muitos deuses que em África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos em um único Òrísà e divididos em diversas qualidades. No Candomblé, Oxossi e Òsún são os pais de Logún, um deus único que encontra na sua paternidade uma forma de existir e residir, pois o seu culto mantém-se até hoje e é cada vez mais crescente fora de África. Há também quem diga que na África que Logún  é, na verdade, uma altiva versão masculina de Òsún.

A história revela que Òsòòssí, feliz pelo filho vindouro, declarou a Òsún o seu amor e lhe pediu a posse do menino para ensiná-lo a caçar e ensinar todos os segredos da floresta. Mas, Òsún também amava Logún e por maior que fosse seu amor por
Òsòòssí, ela não poderia separar-se de seu filho então declarou que Logún iria viver seis meses com a sua mãe para que ela lhe ensinasse a vida nas águas, as artimanhas da pesca e os truques da beleza, e viveria  seis meses com o seu pai aprendendo a vida das florestas. Logún é meio Oxossi e meio Òsún, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logún um princípe na floresta e um caçador sobre as ondas!
 
Os filhos de Logún possuem as características de Òsún, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme e elegância. Tem também características em comum com Òsòòssí, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objetividade e segurança. No entanto, há características de Logún que não pertencem nem a Òsún nem a ÒsòÒssí. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial.

A superficialidade é a marca dos filhos de Logún. As qualidades de Oxossi e Òsún amenizam-se em Logún, mas, em compensação, os defeitos exacerbam-se. Dessa forma, os filhos de Logún são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes. Mas algo não se lhes pode negar: os filhos de Logún são bonitos e possuem um olhar especial, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si, geralmente vivem dando topadas com os pés, essa é mais uma prova de que os filhos de Logún tem aos seus pés tudo aquilo que querem, sedutores, encantadores, os filhos de Logún encantam as pessoas mesmo sem quererem e sem saber, são pessoas que não tem muita sorte no amor, se apaixonam com facilidade, assim como os filhos de Òsòòssí, mas enjoam com facilidade assim como os filhos de Òsún. Logún é um Òrísà que não tem filhos desprovidos de beleza, afirmam os que se uma pessoa desprovida de beleza se disser filho de Logún, é melhor averiguar, pois com certeza não é filho do príncipe da beleza, são pessoas delicadas, meigas, desconfiadas e grande maioria são mimados e manhosos. A melhor coisa é não lhes fazer elogios na sua presença, a não ser que queira ver a sua imensa cauda de pavão abrir em leque. Há um certo preconceito que fala na questão de filhos de Logún tenderem a homossexualidade, porém, isso não passa de preconceito da sociedade Candomblecista, se grande parte dos filhos de Logún tendem ao homossexualismo, não é porque são de Logún, e sim porque acham que deve ser homossexuais, Òrísà não tem o poder de interferir na escolha sexual de seus filhos. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logún tornam-se pessoas muito agradáveis. Os filhos de Logún não andam! Pairam no ar!
 
 
Por: Huntó Douglas D' Odé

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Série "Òsún - Obìrin ará Osogbo" - Parte 06 - Òsún àti tiyín àwon Omó

Òsún Karè - Doté Rufino D' Karè


Òsún Karè

É aquela que auxilia todo e qualquer movimento ligado a abundância e fertilidade. 

Possui o poder da multiplicação do útero (gêmeos e trigêmeos). Dona da bolsa d’água, com o direito de aumentar o espaço da gestação.

Òsún karè é a deusa da pesca, rainha da caça, é aquela que mora dentro das águas da cachoeira e ao mesmo tempo mora na entrada das matas.
Senhora que acompanha Odé nas grandes caçadas noturnas.

Òsún Karè - Doté Rufino D' Karè
Está é a Òsún mais bela do Rio de Janeiro, Doté Rufino D' Karè, Òsún principal do DVD Roda de Òsún, de seu pai Doté Luís D' Iyansá. Com uma simplicidade exemplar Rufino D' Karè encatava a todos que os rodeavam. Sempre amigo, companheiro, simpático, agradavel, sorridente, feliz como todo filho de Òsún, e claro com a Òsún mais linda, Rufino sempre arrostou consigo fãs por todo o mundo. 

Infelizmente, Rufino D' Karè , hoje não se encontra entre nós aqui no Aiyè para ver essa homenagem sincera do Espaço Cultural Apejá Omi Onje Dìdún. Rufino voltou ao Òrún no ano 2007, deixando uma legião de fãs, filhos de santo, irmãos de santo, amigos e sem sombra de dúvidas seu Zelador Doté Luís D' Iyansà muito triste, por perder uma pessoa tão querida.

Os anos se passaram e a tristeza ao lembra de Rufino é notória no rosto de todos aqueles que o conheceu. Porém, hoje ainda é lembrado com muita tristeza, mas também com muita alegria, porque todos temos certeza que em breve, Rufino estará de volta, em outro corpo, em outra família, em outro lugar,e quem sabe até em outro país, mas ainda assim ele será Doté Rufino D' Karè.

Mãe Meninazinha D' Òsún
Maria do Nascimento, conhecida como Mãe Meninazinha de Òsún, (18 de agosto de 1937) é uma Ìyálòrìsá do Candomblé.

Foi iniciada em 1960, na Casa-Grande de Mesquita, por sua avó biológica, Ìyá Davina.

Sua mãe biológica, Mariazinha de Nanã, teve quinze filhos - todos iniciados na mesma Casa-Grande. Quando engravidou de Meninazinha, o Òmólú de Ìyá Davina disse que naquela barriga havia uma menina, filha de Òsún, e que seria a herdeira do Asé.



Ekedjí Patrícia D' Karè
Òsún Adolá

Senhora dos cabelos, representa a 
beleza feminina e o adorno facial. Tem como protegidos todos que 
dependem dos cabelos para sobreviver. A está Òsún é entregue o cabelo do Iyawô após um ano da feitura.

Òsún Ìyápondá
Governa a criação infantil, sendo a verdadeira mãe de Logún e também senhora da inocência. Para está Òsún é aconselhável que o okutá seja umedecido com um pouco de leite materno.

Òsún Abaló
Guardiã do Iyawô no período de kelê, sendo considerada a dona do kelê. Neste período deve-se sempre manter uma vela acessa reverenciando Osún para que tudo transcorra bem.

Òsún Opará - Doné Cristiane D' Opará
Doné Cristiane D' Opará ou simplesmente Mãe Cris. Filha mais velha de Doté Luís D' Iyansà, e herdeira do Asé Omó Iná. Mãe Cris vem sendo preparada para que governe o Asé com pulso firme. 

Òsún Opará

Dona dos objetos cortantes, sendo dona da navalha. Esta fase de Osún tem duplo caminho, sendo que uma tem fase Oyá e a fase Ogún.

Quando vem na fase Ogún é aconselhável oferecer nas obrigações de sete em diante um Odá (bode castrado).

Òsún Ijimú - Adriana D' Ijimú
Òsún Ijimú 

Senhora do okutá, responsável por tudo que vive no fundo dos rios. Está demarcação leva 16 okutás em seu assentamento, sendo que apenas um é consagrado ao Ory. É para essa Osún que se entrega a cabeça enrolada na hora da morte. Essa Osún tem o poder de segurar uma gravidez conturbada ou mesmo impossível. É considerada por muitos zeladores como o terceiro caminhos das Ìyámìns.

Dofonitinha D' Karè
Òsún Merin Merin
Protege o Iyawô no período de kelê contra pragas e queimações, dando ao Iyawô neste período o poder de cobra injustiças por conta própria.

Òsún Odò
Iyawô dessa qualificação deve ser coberto com Alá e dentro do seu ibá cinco ovas de peixe. No fim do Orô, lava-se imediatamente o Iyawô ainda virado. (Apagodô, onde tira o ejé todo do Iyawô). Essa demarcação tem kizilas de ejé.


Ekedjí Hilda D' Òsún
Òsún Ayalá

Tem o poder sobre a bolsa lacrimal e tem ainda participação no Axexê. Representa o sofrimento através da lágrima.

Òsún Ogá
Representa a existência absoluta da humanidade, sendo responsável por todo Iyawô após 60 anos. Protege os idosos. Senhora da feitiçaria e mandingas.

Òsún Olokó 

Representa a existência absoluta da humanidade, sendo responsável por todo Iyawô após 60 anos. Protege os idosos. Senhora da feitiçaria e mandingas.

Fomo D' Ajagurá
Òsún Ajagurá
Senhora de todas as aves de penas coloridas e aves aquáticos e terrestres. Responsável pelo Okodidé e pela hora da apresentação do Iyawô a sociedade.

Òsún Popolokun

Responsável pelos kaoris. Herdou de Bàbá Ifá o conhecimento do futuro. Tem como propriedade o Opelê Ifá,além de ser a senhora da intuição,audição e governantes de todos os métodos divinatórios.
Aqui eu encerro mais uma série do Espaço Cultural Apejá Omi Onje Dìdún, dessa vez falando sobre a grande Deusa do amor, da riqueza, aquela que habita nos mais belos jardins. Eis aqui, grandes filhos de Òsún, pessoas que em minha opinião são as mais indicadas para representar essa grande musa do Candomblé.

Nessa cidade todo mundo é d' Òsún. Homem, menino, menina, mulher, toda cidade irradia magia. 
Presente na  água doce;
Presente na água salgada;
E toda cidade brilha.
Seja tenente ou filho de pescador, ou importante desembargador. 
Se der presente é tudo uma coisa só.
A moça que mora na água não faz destinção de cor, e toda cidade é d' Òsún
É d' Òsún
Eu vou navegar;
Eu vou navegar;
Nas ondas do mar eu vou navegar.

Encerro aqui dedicando carinhosamente e humildemente essa séria especialmente à:

Mãe Menininha Do Gantois (Im memoriam);
Pai Rufino D' Òsún (Im memoriam);
Mãe Meninazinha D' Òsún;
Mãe Cristiane D' Òsún;
 Ekedjí Patrícia D' Òsún;
Ekedjí Hilda D' Òsún;
Ekedjí Dena D' Òsún;
Dofonitinha Adriana D' Òsún;
Dofonitinha Alessandra D' Òsún;
Fomo Flávia D' Ajagurá;
Dofono Willian D' Ìyápondá (MG);
Dofonitinho Juninho D' Karè (MG).

A todos aqueles que tem Òsún como composição de Orí, aos Ogans e Ekedjí confirmados para Òsún.

Oore yèyé ò

FIM
Por: Huntó Douglas D' Odé

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Série "Òsún - Obìrin ará Osogbo" - Parte 05 - Mãe Menininha do Gantois

Nasceu em 10 de fevereiro de 1894, dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, Mãe Menininha teve como pais Joaquim e Maria da Glória.

Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986), conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Ìyálòrísà brasileira, filha de Òsún. Mãe Menininha foi e é até os dias de hoje a Ìyálòrísà mais conhecida que o Asé Oni Gantois teve. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet.

Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Ìyálòrísà do terreiro Ilê Ìyá Omi Asé Ìyámassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.

O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, foi transferido para o bairro da Federação, instalando-se em terreno arrendado aos Gantois - família de traficantes de escravos e proprietários de terras de origem belga - pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado Francisco Nazareth de Eta. Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o Candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia.

Maria Escolástica foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o Candomblé com todos desde os seis anos”.

Foi iniciada no culto dos Òrísàs de Ketú aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Ìyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Ìyálòrísà do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.

"Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento."  Dizia Mãe Menininha, ainda criança.

 Em 1922, através do jogo de búzios, os Òrísàs Òsòòssí, Sangò, Òsún e Obaluwaiyè confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro.
"Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava. Dizia Mãe Menininha assim que assumiu o posto de Ìyálòrísà.

A partir da década de 1930, a perseguição ao Candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições.  

Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia.

Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do Candomblé.

Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem.

Em uma entrevista à revista IstoÉ, mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra. Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, que guardava com muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.

Mãe Menininha do Gantois faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.

Essa é uma singela homenagem do “Espaço Cultural Apejá Omi Onjé Dìdún” à essa grande Dama do Candomblé chamada Mãe Menininha Do Gantois. Mulher de fibra, como toda filha de Òsún. Mãe Menininha foi e é até os dias de hoje um exemplo de Ìyálòrísà, manteve o Asé Oni Gantois de pé enquanto esteve à sua frente.  Mãe Menininha mostrou que uma mulher pode sim governar um grande Asé com pulso firme, mas não se esquecer de seus a fazeres domésticos, como cuidar da casa, de suas filhas e de seu marido.   
E eu peço a Olorun que onde esteja Mãe Menininha Do Gantois ilumine essa cabeça, porque o dia que ela voltar à Terra tenho certeza que voltará com um missão tão bela quanto a missão de sua vida passada.

Mo ki o Ìyá Menininha Do Gantois.

Por: Huntó Douglas D' Odé

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Série "Òsún - Obìrin ará Osogbo" - Parte 04 - Balaios p/ agradar Òsún

Balaio p/ Òsún Opará

Materiais:
   01 bacia de ágate;
   Omolokun;
   09 acarajés;
   05 ovos cozido;
   05 bolas de inhame;
   05 ides prata;
   Pétalas de flores;
   05 quindins;
   05 búzios.

Local de entrega:
 Nos pés do ibá.




Balaio p/ Òsún Ijimú

Materiais:
01 bacia de ágate;
Omolokun;
16 ovos de codorna cozida;
16 bonecas vestidas de bruxa;
16 pedras amarelas;
05 pedaços de melão;
05 pedaços de abacaxi;
05 carambolas;
05 ovos crus;
05 velas amarela;
05 fitas amarela.

Local de entrega:
Embaixo de uma pedra na cachoeira.

Balaio p/ Òsún Ìyápondá

Materiais:
01 bacia de ágate;
Omolokun;
05 ovos cozido;
05 espelhos;
05 favas de Òsún;
05 cocadas;
05 ofás;
Pétalas de flores amarelas;
05 fitas amarelas;
05 palmos de morim branco.

OBS.: Deve enrolar o balaio no morim.

Local de entrega:
Na beira de um rio.

Balaio p/ Òsún Abaló
Materiais:
01 bacia de ágate;
Omolokun
16 ovos cozidos;
05 quindins;
05 queijadinhas;
05 cocadas;
05 suspiros;
05 balas;
05 espelhos;
05 búzios.

Local de entrega:
Dentro de um rio.

Balaio p/ Òsún Karè
Materiais:
01 bacia de ágate;
Omolokun;
05 ovos cozidos;
05 ofás dourado;
05 cocadas;
05 balas;
05 quindins;
05 queijadinhas;
05 pirulitos;
05 pães doce;
05 cristais;
05 búzios;
Açúcar cristal;
05 goiabas abertas em alafia;
05 fatias de pêra.

Local de entrega:
Entregue em um local onde de um lado seja o rio e do outro seja a mata.

Balaio p/ Òsún Iyé Iyé Okè

Materiais:
01 bacia de ágate;
Omolokun;
05 punhados de milho cozido;
Canjica;
05 ovos de codorna cozido;
05 acaçás branco;
05 quiabos;
05 ofás;
21 búzios.

OBS.: Cubra o balaio com canjica, não permitindo que ninguém veja o q está dentro do balaio.

Local de entrega:
No alto de uma montanha na cachoeira.

Balaio p/ Òsún Popolokun
Materiais:

01 bacia de ágate;
Omolokun;
05 pedaços de goiaba;
05 pedaços de pêra;
05 pedaços de maçã;
05 folhas de oripepe;
05 folhas de oriri;
05 folhas de Oxibatá;
05 folhas de saião;
05 folhas de manjericão;
05 favas de Òsún;
05 favas de Logún;
16 búzios;
Vagem de Opelê;
Pétalas de flores amarelas;

Local de entrega:
Nas águas.

 Balaio p/ Òsún Ajagurá

Materiais:

  01 bacia de ágate;
  Omolokun;
  01 cabeça de cera;
  Canjica;
  16 Okodidés;
  05 quindins;
  05 balas;
  05 pães doce;
  05 queijadinhas;

OBS.: Faça um monte com o Omolokun e em volta coloque canjica. Na ponta do monto coloque a cabeça pintada como se fosse para a saída de um Iyawò.

Local de entrega:

Nos pés do ibá.


Por: Huntó Douglas D' Odé