O Candomblé para mim deixou de ser apenas uma religião para se tornar um estilo de vida.

"Huntó Douglas D' Odé"

quarta-feira, 30 de março de 2011

Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" - Parte 03 - Dàdá Ajaká

Dàdá Ajaká, filho mais velho de Oranyan, irmão consanguíneo de Sangò, reinava em Oyó. Ele amava as crianças, a beleza e as artes. De caráter calmo e pacífico , não tinha o pulso firme que exigia de um verdadeiro rei daquela época. Dàdá Ajaká é o nome dado pelos Iyorubá às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente.
Sangò se mudou de Tapá para a cidade de Oyó, chegando lá e vendo que seu irmão não tinha pulso firme para reinar, Sangò o destronou e Dàdá Ajaká, durante os sete anos de reinado de seu irmão Sangò, Dàdá Ajaká passou a usar uma coroa de búzios e reinar em uma pequena cidade no reino de Oyó, porém sob os poderes de Sangò.

No Terreiro do gantois na Bahia é realizada uma festa anual e no Ilè Omorodé Òrísà N'la onde tem um filho iniciado para esse Òrísà também se realiza uma festa anual. dádá Ajaká tem como propriedade reger as 03 fases da Lua, sendo a Lua nova, crescente e minguante. É o verdadeiro senhor dono do quiabo, tem como simbologia o ajebó. 

Depois que Sangò deixou o trono de Oyó, Dàdá Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente, guerreiro e com pulso firme para comandar Oyó. Assim que Dàdá Ajaká sentou-se novamente no trono novamente voltou-se contra os parentes da família materna de Sangò, atacando o reino de Tapa, onde Sangò havia nascido.
 
Por: Huntó Douglas D' Odé

terça-feira, 29 de março de 2011

Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" - Parte 02 - Àyírà

No Brasil é geralmente conhecido como Sangô já que os dois Òrísàs tem culturas parecidas, na verdade é um Eborá de culto próprio, que pertence à família de Sangô, em Nupê/Tapa, Nigéria.

Àyírà tem como propriedade manter o equilíbrio dos movimentos da terra, sendo o senhor da distância. Representa também o eixo da terra tendo como símbolo os 04 pontos cardeais, sendo representado em todos os assentamentos e obrigações através da fava de aridã.

Em algumas casas de culto ao Òrísà, este Òrísà veste-se de branco, tem profundas ligações com Òsalá, e é o grande homenageado durante a festa do fogo (Isire Ina Àyírà) que, no Brasil, comemora-se em 29 de junho. Àyírà não usa coroa, mas um eketé branco. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori africana. Come quiabos, assim como Sangô e toda a sua família, numa oferenda chamada ajebó. Isso não implica que em outros templos seja diferente.

Segundo um mito, em terras brasileiras, Òsalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino de seu filho, Sangô, sem que este soubesse do fato. Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e quando Sangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em todo o reino, em sua homenagem. A festividade conhecida hoje como Águas de Òsalá remonta a esse acontecimento.
entristecido. Apesar de toda a atenção que recebeu, a única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde Yemonjá, sua esposa, o aguardava. Sangô não podia acompanhá-lo pois precisava colocar em ordem o próprio reino e pediu a Àyírà que fizesse isso em seu lugar.

Foi assim que Àyírà tornou-se o companheiro de Òsalá, pois a viagem foi muito longa já que Òsalá andava muito devagar (conta-se também que Àyírà carregava Òsalá nas costas) pelo fato de ainda estar se recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.
Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Òsalá sentia frio e precisava descansar. Para aquecê-lo e distraí-lo dos próprios pensamentos, Àyírà mandava que acendessem uma grande fogueira no acampamento. Òsalá observava o fogo e Àyírà passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.

Desse modo, tornou-se tradição acender a fogueira no dia 29 de junho de cada ano (no Brasil), em homenagem a Àyírà e à viagem que fez em companhia de Òsalá.

Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Sangô que recebe o nome de Àyírà. Também se acredita que Àyírà seja um Òrísà diferente de Sangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Àyírà como um Sangô branco. 

Àyírà Intilé

É o filho rebelde de Obatalá. Àyírà Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduwá e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Àyírà Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Àyírà Intilé havia se submetido a alguém. Àyírà tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Àyírà Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Àyírà Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Os filhos desse caminho qualificativo de Àyírà tem um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.
 
Àyírà Ibonã

É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Àyírà, rito em que Àyírà Ibonã dança acompanhado de Oyá, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dàdá Ajaká, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dàdá Ajaká não realizasse. Um dia Dàdá Ajaká surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Àyírà Ibonã, sempre acompanhado de Oyá, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Os filhos desse caminho qualificativo de Àyírà têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
 
Àyírà Àjáosi

surpresa deparou-se com Àyírà que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Osaguian, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Àyírà Àjáosi. No entanto, como punição pela mentira de Àyírà, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.  É o eterno companheiro de Osaguian. Um dia, passando Osaguian pelas terras onde vivia Àyírá Àjáosi despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Osaguian se desse conta, Àyírà trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Osaguian, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Àjáosi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Osaguian observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Osaguian interpelou seu soldado e para suaOs filhos de Àyírà Àjáosi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais.

São muitos os caminhos qualificativos de Sangô, que se juntam aos caminhos qualificativos de Àyírà. Em diferentes países e regiões da África em que a religião dos Òrísàs sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes dos caminhos qualificativos dos Òrísàs, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do Òrísà. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Todos os caminhos qualificativos são representados por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
 

Por: Huntó Douglas D' Odé

segunda-feira, 28 de março de 2011

Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" - Parte 01 - Sangò

Sangò é Òrísà de origem Iyorubá. Seu mito conta que foi rei da cidade de Oyó, identificado no jogo de Merindilogun pelo Odú Ejilaseborá. Como personagem histórico, Sangò teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó "Rei de Oyó", filho de Oranyan e Torosi. Sangò no seu aspecto divino, permanece filho de Oranyan, divinizado, porém, tendo Iyemonjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá a esposa prefirida, Òsún e Iyobá. Òrísá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas, do fogo e da justiça. É viril, atrevido, violento, justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os mal-feitores. Por este motivo todos aqueles que morrem atrvés de um raio são chamados de punidos pela irá de Sangò. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é também marcada pela ira do grande Òrísà do fogo. 

Sangò foi o quarto rei lendário de Oyó (Nigéria, África), tornando-se um Òrísà de caréter rigoroso. Sua ferramenta é o Osè. É tido como um Òrísà poderoso da África, enquanto Òsóòssí é considerado o rei da nação Àláketú, Sangò é considerado o rei de todo o povo Iyorubá. Sangò é cultuado junto com seus 12 ministros.
Mesmo Sangò sendo temido e respeitado por toda a África, um dia seu reino foi atacado por uma grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores em uma tremenda fúria assassina. Sangò reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que a guerra tornara-se um caminho sem volta. Já viu perdido muitos soldados e única saída seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então procurar ÒrúnMilá e pedir-lhe um conselho para evitar a derrota. O adivinho mandou que ele subisse em uma pedreira e lá aguardasse, pois receberia do Òrún a iluminação do que deveria ser feito. Sangò subiu e quando estava no ponto mais alto do Reino de Oyó, foi tomado por extrema fúria. Pegando seu Osè, começou a quebrar as pedras com grande violência. Estas ao serem quebradas, laçavam raios tão fortes que em instantes transformaram-se em enormes línguas de fogo que, espalhando-se pela cidade, mataram uma grande quantidade de guerreiros inimigos.

Os que restaram, apavorados, procuraram os soldados de Sangò e renderam-se imediatamente pedindo clemência. levando a´te ao rei, os presos alegaram um emissário para servi-lhes de porta voz. O homem escolhido foi logo se atirando aos pés de Sangò; Desculpou-se pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que lutavam, não por vontade própria, e sim forçados por um monarca, vizinho de Oyó, que tinha um grande ódio de Sangò e os martirizava impiedosamente. Sangò, altamente perspicaz, enxergou nos olhos do guerreiro que ele falava a verdade e perdoou a todos, aceitando-lhes como súditos de seu reino. Assim tornou-se conhecido como Òrísà justiceiro que perdoa quando defrontado com a verdade, mas que queima com seus raios os mentiroso e delinquentes. 

Sangò Ibarú - Encontro do fogo com a terra através de manifestações da natureza, como o raio, a larva vulcânica, materiais orgânicos em geral de alta combustão. 

Sangò Agodò - Divisor dos pólos terrestres, senhor das crateras, dos terremotos e guardião do globo terrestre.

Sangò Afonjá - Atua na formação das tempestades. Líder do exército imperial de Oyó, foi ele que conseguiu a independ~encia de Oyó.

Sangò Agojò - Responsável por devolver  água para terra em forma de chuva, senhor da sementes em germinação.

Sangò Aganjú - Auxilia Òsún na criação infantil, conduzindo a honestidade e caminhos profissionais, aguçando o interesse infantil através da aptidão.

Sangò Jakutá - É o grande atirador de pedras, ele é o próprio raio e trovão. É a própria ira de Olorun, é o senhor do edun-ará (Pedra de raio). Conta o itan que o reio de Jakutá foi atacado por guerreiros de povos distantes, nun dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos tambores.

Òrísà divisório entre Òrún e Aiyè, tendo o poder de unificar as forças energéticas de vibração terrestre e astral. Sangò é aquele que mantém o elo espiritual e harmônico das forças para manter então o equilibrio da terra. Sangò não deve ser confundido com os seus ministros. Estes Àláàfin possuem a capacidade de administrar o comportamento progressista, cultura, étnico e moral de todo um povo, onde uma bancada com 12 ministros é dividida em 06 do lado direito (Ossi Àrá) onde absolve e 06 do lado esquerdo (Otun Àrá) que condenam, em caso de empate a decisão fica nas mãos do 13º Àláàfín, que neste caso é utilizado por Sangò.

É muito fácil reconhecer um filho de Sangò apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é sempre muito forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa constituição óssea suporta o seu físico avantajado.

Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Sangò têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a solidão é um de seus estigmas.

Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Sangò dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objectos de sua vaidade.

São amantes vigorosos, uma pessoa só não satisfaz um filho de Sangò. Pobre das mulheres cujos maridos são de Sangò. Um filho de Sangò está sempre cercado de muitas mulheres, sejam suas amantes, sejam suas auxiliares, no caso de governantes, empresários e até babalorixás, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens.

Os filhos de Sangò são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois, sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua retirada estratégica.

Cor: Vermelho e Branco ou Branco e marrom;

Dia: Quarta-feira;

Parte do corpo: Músculos;

Metal: Cobre;

Símbolo: Osè;

Saudação: Serè àjí Serè awò pamã awò kabecile;

Bichos: Ajapá;

Folhas: Folha de pará-raio, fortuna e folha de fogo;

Natereza: Pedreiras;

Pedras: Pedra de fogo;

Elementos: Raios, trovões e fogo;

Oferendas: Amalá, Ajebó e Abará;

Datas comemorativas: 24 de junho e 30 de setembro.

Por: Huntó Douglas D' Odé

sexta-feira, 18 de março de 2011

Série "Aprendendo Iyorubá" - Parte 05 - Àwon Òrìsà e saudações

ÀWON ÒRÌSÀ
                    
Òrìsà Èsú
Èmi kobá laroyè
Èsu kobo kobo
Laroyè

Òrìsà Ògùn 
Ògùn jèsè jèsè
Patakory
Ogùn iyè

Òrìsà Òsóò
Àlá Unsè kòkè
Odé okè aro lè

Òrìsà Òsányìn
Ìrú èjé
Aasào

Òrìsà Obàluwaiyè
Atòtòò Ajiberú

Òrìsà Òsùmàrè
Aho gbo gbo 
Ìyn a berún saga.

Òrìsà Sàngò
Sèrè a sèrè
kawò pamã
kawò kábíyèsí

Òrìsà Iyànsàn
Èèpà heiy
Y guerrei
Ìyá messan 
Òrún

Òrìsà Òsun
Oore iye iye o

Òrìsà Lógun
Olual ô
Loci loci

Òrìsà Ìyèwà 
Hi ró

Òrìsà Ìo
Obá sì
Sì rè

Òrìsà Iyemonjá
Odò fè
Ìyàbà

Òrìsà Nánà
Ibiri ô

Òrìsà Òsalá
Epà bàbá.

Finda-se aqui mais uma Série do Espaço Cultural Apejá Omi Onjé Dìdún, dessa vez você pode aprender um pouco da língua falada dentro dos ritos da religião que você prefessa. Encerro aqui pedindo que pai Odé abençõe a todos que acompanharam essa série e que pai Odé abençõe também a todos que ainda lerão a Série "Aprendendo Iyorubá". 

Òsóòsí Mojubá
Iyànsàn Ìyá Nlá
Bessen aho bo boy
Olorun Modupé

Asé ô

Eu amo vocês todos os meu leitores!

Por: Huntó Douglas D' Odé

quinta-feira, 17 de março de 2011

Série "Aprendendo Iyorubá" - Parte 04 - Saudação, Vestuário e Família.

SAUDAÇÕES 

E ku aro = Bom dia
E ku asan = Boa tarde
E ku ale = Boa noite
E ku abo = Seja bem vindo
O dòla = Até amanhã
Odárò = Até amanhã
Odábò = Até logo
Ajeun = Servido? (Almoço, lanche ou janta)
Kò a dùpé = Não, obrigado
Bééni, jòwó = Sim, por favor
Se dada ni = Como vai você (informal)
N kó = Como vai?
Wón wà = Vão bem
Se àlàáfià ni = Como vai o senhor (formal)
Àlàáfià ni, a dupé = Vou bem, obrigado (formal)
Emi ni dara dara = Vou bem, obrigado (formal)
E se gan = Obrigado
E se é o = Obrigado
A dùpé = Obrigado
Kò tòpé = Não há de que
Àlàáfià re = Não há de que
É jòwó = Por favor
Bi báyò = Parabéns
Ni ayò Odú titun = Feliz aniversário
Mo jùbá = Meus respeitos (forma de saudação)
Mo kí o = Meus cumprimentos à

VESTUÁRIO
Vestuário Masculino


Òpá itilè = Bengala
Bàtà gígùn = Botas
Sòkòtò = Calça
Èwù = Camisa
Agbádá = Camisão
Fìlà, àketè = Chapéu
Sálúbàtà = Chinelos
Ìgbànú = Cinto
Pata = Cuecas
Táì orùn = Gravata
Ìbòsè = Meias
Awòjù = Óculos
Aso ìlékè = Paletó
Aso ìwòsùn = Pijama
Aso okùnrin = Roupa de homem
Bàtà = Sapato
Aso àríya = Traje a rigor

Vestuário Feminino

Yèrì = Anágua
Èwù obìnrin = Blusa
Ègba = Bracelete
Òrùka etí = Brinco
Pata obìnrin = Calcinha
Aso òjò =  Capa-de-chuva
Igbonso = Escova de roupa
Ìbòwó = Luvas
Aso iwe lókun = Maiô
Aso òkè = Pano da costa
Ide = Pulseiras
Ìró = Saia
Kóséètì = Sutiã
Gèlè = Torso
Aso Òfo = Túnica
Bùbá = Túnica
Lawani = Turbante
Kaba = Vestido
Aso gígùn = vestido longo
Ìborùn = Xale

FAMÍLIA 
Omolàlá = 1º neto
Omode = Adolescente
Omo Ìsàmì = Afilhado
Bàbá nlá = Avô
Ìyá nlá = Avó
Omo owó = Bebê
Ìyá Ìyá Ìyá = Bisavó 
Àbíkéhín = Caçula
Ìyá Ìsàmì = Comadre
Bàbá ìsàmì = Compadre
Àna Okùnrin = Cunhado
Aya = Esposa
Oko = Esposo
Omo = Filho
Oko omo eni = Genro
Àbúrò = Irmão mais novo
Ègbón = Irmão mais velho
Bùròdá = Irmão
Ìyá ìsàmì = Madrinha
Ìyá = Mãe
Omodébìnrìn = Menina
Bàbá = Pai
Omo ègbón mi = Prima
Omo arákùnrin = Sobrinha
Ìyá ìyàwó = Sogra
Bàbá ìyàwó = Sogro
Àntí = Tia
Arákùnrin ìyá = Tio
Fonte: Aula dada por Huntó Douglas no curso "Aprendendo Iyorubá".
 Por: Huntó Douglas D' Odé

quarta-feira, 16 de março de 2011

Série "Aprendendo Iyorubá" - Parte 03 - Plural, Gênero gramatical, Pronomes, Preposições e Conjunções.

PLURAL DAS PALAVRAS

No idioma Iyorubá as palavras não se modificam para formar o plural. Coloca-se o Pronome ÀWON antes das palavras. Entenda melhor nos exemplos abaixo:
Eranko = animal          Àwon eranko = animais

Existem outras maneiras de fazer o plural. Por exemplo, usando Adjetivos ou Advérbios que já sejam plurais no significado. Veja melhor nos exemplos:

Odò wònyí = estes rios     Owó eyo mérin = quatro búzios
GÊNERO GRAMATICAL

Não existe o Gênero Gramatical da forma como conhecermos. Em alguns casos as palavras já indicam os dois sexos:

Oko = Marido        aya = Esposa
Em outros casos são utilizadas palavras para indicar os dois sexos:

Okùnrin = Homem     Obìnrin = Mulher
Òré okùnrin = amigo     Òré obìnrin = amiga
Para animais e plantas:
Ako = macho        Abo = fêmea 
Ako ajá = cachorro        Abo ajá = cadela

PRONOMES
Os pronomes pessoais - Precedem o verbo
Singular
Èmi = Eu
Ìwo = Você
Òun = Ele, ela

Plural 

Àwa = Nós
Èyin = Vocês
Àwon = Eles, Elas

Ex.: Èmi lo sílé Òrìsà láná = Eu fui ao terreiro, ontem.

Os pronomes possessivos - Posicionados depois do nome

Singular

Mi = Meu, minha
Re = Seu, sua, de você
Rè = Dele, dela

Plural 

Wa = Nossa, nossa
Yín = Seus, suas, de vocês
Won = Deles, delas
Os pronomes objetos - Posicionados depois do verbo ou preposição

Singular

Mi = me, mim, migo
O = De você, senhor, senhora

Plural

Wa = Nos, nosco
Yín = De vocês, senhor, senhora
Won = Os, as, lhes, lhas
O pronome Objetivo da 3º pessoa do Singular - Não possui uma forma única. É representado pela repetição do vogal final do verbo obedecendo a regra dos acentos tonais:

Ex.: Gbà = aceitar     gbà á = Aceitou-a

Os pronomes demonstrativos

Singular

Èyí = Este, esta, isto
Ìyen = Aquele, aquela, aquilo
Eléyí = Este, esta, isto
Náà, nì = Aquele mesmo
Plural

Wònyí = Estes, estas
Wònyen = Aqueles, aquelas
Wònnì = Aqueles, aquelas
Os pronomes reflexivos

Singular

Arami = Eu mesmo
Arare = Você mesmo
Ararè = Ele mesmo

Plural

Arawa = Nós mesmos
Arayín = Vocês mesmos
Arawon = Eles mesmos

Os pronomes Indefinidos

Enikéni = Qualquer um
Òmíràn = Algum outro
Nígbà náà = Às vezes
Ohukóhun = Qualquer coisa

Os pronomes relativo

Tí = Que, qual, cujo, o qual

PREPOSIÇÕES

Fi = Com
Fún = Para
Láàrin = Entre
Lé = Após
Léhìn = Atrás
Ní = Em, no, na
Ti = De, pelo
Sódo = Perto de
Láti = Para
Lábé = Sob
Bá = Com, contra
Sórí = Sobre

CONJUNÇÕES

Àti = E
Bí = Se
Bótilè = Todavia
Pèlú = E
Tàbí = Ou
Kí...tó = Antes que
Pé = Que
Kí = Que
Sùgbón = Mas
Àfi = Exceto
Yálà...tàbí = Seja...Seja
Bíkòsebí = A não ser que

Fonte: Aula dada por Huntó Douglas no curso "Aprendendo Iyorubá".
Por: Huntó Douglas D' Odé

terça-feira, 15 de março de 2011

Série "Aprendendo Iyorubá" - Parte 02 - Alfabeto e Tons das palavras

O ALFABETO IYORUBÁ É COMPOSTO POR 25 LETRAS

A, B, C, D, E, E, F, G, GB, H, I, J, K, L, M, N, O, O, P, R, S, S, T, U, W, Y.

A letra P deve ser pronunciada como se tivesse a letra U em seguida.

Exemplo: Puèrègún

Existem dois tipos de bogais:

Vogais Puras: A E E I O O U

Vogais Nasais: AN O

ON - É usada depois das consoantes B F GB M P W
Exceção: Depois do M, a vogal ON é substituído por O

AN - É usada depois das demais consoantes
Exceção: Depois da letra N, a vogal AN é substituída por A.

 Não são usadas as seguintes letras:

C Q X Z V

Letras que utilizam um acento diferencial, chamado ABOREN:

O E S

TONS DAS PALAVRAS
A língua Iyorubá faz uso de acentos que representam a marcação de tonalidades para dar o tom certo ao serem pronunciadas:

( ´ ) Tom alto - Representado por um acento agudo;
( ` ) Tom baixo - Representado por um acento grave;
Tom médio - Não usa acento (É o som da voz normal).
O tom da palavras nem sempre são fixos em alguns casos. Mediante algumas regras, eles podem ser alterados em uma frase. Por exemplo:
  • Verbo com tom grave seguido de substantivos ganha um tom médio:
Rà = Comprar 
Àwa lè ra aso yìí  = Nós podemos comprar esta roupa; 

  • Dois substantivos juntos, a vogal final do primeiro é alongada com tom médio:
Nínú = Dentro
Ò ní owó ninúu àpò = Ela tem dinheiro dentro da bolsa;
  • Pronomes pessoaisde duas sílabas seguidos de verbos tem os tons alterados, conforme exemplos abaixo:
Èmi fé = Eu quero        Èmi lo = Eu fui        Èmi mò = Eu sei

  • Pronomes objetos têm os tons alterados conforme os tons dos verbos. Observe os exemplos abaixo que serve para os demais pronomes: 
Ò rí mi = Ele me viu;               
Ó so mí  = Ele me falou;
Ò nà mí = Ele me bateu.


Fonte: Aula dada por Huntó Douglas no curso "Aprendendo Iyorubá".

Por: Huntó Douglas D' Odé